Apenas 181 municípios não participam do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa

Plano do governo federal tem a adesão de 5.319 municípios, que treinam os orientadores dos alfabetizadores agora. A um mês do início das aulas, outras 46 cidades estão atrasadas

Priscilla Borges - iG Brasília 

As turmas de alfabetização das escolas públicas da grande maioria dos municípios brasileiros vão iniciar o ano com metas ambiciosas. A partir do início das aulas, no próximo mês, os professores dessa etapa desenvolverão atividades propostas pelo Ministério da Educação para garantir que todas ascrianças brasileiras sejam alfabetizadas até os 8 anos de idade .
Todos os municípios foram convidados a participar do projeto, que concederá formação de professores, bolsas de estudo, materiais didáticos. O modelo proposto pelo governo federal exige que os alfabetizadores tenham acompanhamento de um tutor, os alunos sejam avaliados ao final de cada ciclo e as atividades sejam fiscalizadas pela sociedade.
Os gestores de 5.319 municípios aderiram ao Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Apenas sete optaram por não participar do projeto – São Cristóvão (SE), Pinheiral (RJ), Auriflama (SP), Guarantã (SP), Itaberá (SP), São Joaquim da Barra (SP) e Tavares (RS) – e 174 não se manifestaram em relação ao convite feito pelo Ministério da Educação.
Dados do programa mostram ainda que, do total de 5.565 municípios do País, em outros 46 municípios há atrasos na adesão ao programa. Em 19 cidades, os gestores não indicaram coordenadores regionais do projeto, exigidos pelo governo federal para fechar a parceria. No restante (27), o processo de adesão não foi concluído, apesar da nomeação do coordenador.
João Batista Pereira/Divulgação PMPA
Na semana passada, orientadores de estudo dos alfabetizadores receberam curso em Porto Alegre

O pacto foi lançado sem um diagnóstico preciso sobre a situação dos estudantes que concluem o ciclo de alfabetização no País. Até o momento, não existe um exame oficial sendo usado sistematicamente para medir a aprendizagem das crianças. Em 2011, o Movimento Todos pela Educação aplicou um teste, chamado de Prova ABC, a 6 mil alunos.
Apesar do caráter amostral, o exame acendeu um alerta aos gestores. Os resultados mostraram que apenas 48,6% dos alunos que concluíram o 3° ano do ensino fundamental na rede pública tinham a capacidade de leitura esperada para a etapa. Em Matemática, apenas 32,6% dos estudantes da rede pública demonstraram o conhecimento esperado.
Para quem coordena as atividades do pacto nas secretarias de educação, a oferta de formação para os professores e os materiais didáticos que serão distribuídos são importantes atrativos. “É mais um instrumento que traz novos subsídios interessantes para nós. Os materiais lúdicos e a formação dos professores vão promover uma intervenção positiva no processo”, afirma Sandra Zita, subsecretária de Educação Básica do Distrito Federal.
Dentro do cronograma
Apesar da proximidade do início das aulas, os professores que ensinarão as crianças brasileiras a ler e escrever ainda não fizeram os primeiros cursos de formação do projeto. De acordo com o calendário do Pacto, os cursos para os alfabetizadores, assim como o envio dos livros didáticos e paradidáticos e jogos educativos, só ocorrerão entre fevereiro e março.
Nesse momento, os orientadores de estudo escolhidos nas secretarias devem estar concluindo os cursos de formação e montando as turmas para replicar esses conhecimentos aos alfabetizadores. Caso de Elenir Garcia da Silva, professora da rede municipal de Porto Alegre (RS), que vai atuar este ano como orientadora de outros 25 professores.
Durante esta semana, Elenir se juntou a outros 21 orientadores para participar de oficinas e palestras organizadas pela Universidade Federal de Pelotas. Ela é assessora pedagógica de nove escolas que se dedicam à alfabetização. “Essas crianças vêm de famílias pouco letradas. Nosso desafio é atuar a partir das experiências de vida delas”, conta.
Para a orientadora, os profissionais precisam entender que o processo de alfabetização é um ciclo, mas que tem de ser iniciado desde o primeiro ano. Maria Cristina Garavelo, diretora pedagógica adjunta da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, conta que os alfabetizadores serão formados entre 25 e 26 de fevereiro.
As datas, tanto para ela, quanto a gestora de Brasília, não prejudicarão as atividades no início do ano letivo. “Nós já desenvolvemos um projeto próprio de monitoramento do ciclo de alfabetização na cidade desde 2007 e temos conseguido resultados muito bons. A política do governo federal só acrescenta e não estamos restritos a ela. Por isso, o calendário não nos prejudica”, garante Sandra. No DF, 165 orientadores serão formados no dia 14 de fevereiro.
Fonte: 

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-01-29/apenas-181-municipios-nao-participam-do-pacto-pela-alfabetizacao-na-idade-certa.html


Comentando
Como "Apenas"? Essa é umas das metas do PDE, como esses municípios não vão participar?
Quanto a não haver um exame nacional para sistematização desses dados, é um absurdo, e a Provinha Brasil? Para que serviu... Ela é aplicada nas turmas de 2º ano, por que não foi até hoje realizado algo parecido no final desse ciclo, já que se pretende que se alfabetize até os 8 anos? Quais os critérios serão utilizados para se levantar esses dados? São Paulo é realmente um estado à frente, já que os 3ºs anos do ensino fundamental passam pela avaliação sistematizada e externa anualmente através do SARESP. Antes de mais nada é fundamental Capacitar em Serviço esses professores alfabetizadores, já que os cursos de Ensino superior na formação de professores deixam a desejar nesse e em tantos outros quesitos, já imaginaram médico sendo formado sem saber o que é um coração? Pois é, os professores estão sendo formados sem os requisitos básicos. Portanto, Políticas Públicas precisam ser criadas para que os cursos de Formação Inicial (Pedagogia, Normal Superior e afins) sejam realmente formadores de professores, e que os professores que já atuam recebam essa formação em serviço com excelência.

Achei um absurdo esses municípios não aderirem ao Pacto, pois é dever do poder público garantir essas metas, ofertando qualidade de excelência na Educação desses alunos. Isso indica falta de condições de Gestão da Educação, de competência e acredito que improbidade administrativa dos Gestores e Prefeitos ("... em 46 municípios há atrasos na adesão ao programa. Em 19 cidades, os gestores não indicaram coordenadores regionais do projeto, exigidos pelo governo federal para fechar a parceria. No restante (27), o processo de adesão não foi concluído, apesar da nomeação do coordenador...")

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