Educação no Século XXI: Voltada para o sujeito, suas necessidades, peculiaridades e tecnologias.

Por: Daniele Júlia Nascimento da Costa

O MEC divulgou que em fevereiro de 2014 lançará uma plataforma digital para as escolas. O Ministério da Educação em conjunto com secretarias estaduais de educação, organizações sem fins lucrativos e empresas, está desenvolvendo uma plataforma nacional digital voltada aos ensinos fundamental e médio. A ideia é que o mecanismo ofereça aulas virtuais estruturadas, reunindo vídeos, textos e jogos. 

Inicialmente, o intuito era criar uma plataforma para o segundo ciclo do ensino fundamental (6º ao 9º anos), porém o baixo rendimento no ensino médio nacional, tornou esse nível da educação também ser incluído no projeto.

O conteúdo da nova plataforma deve ser organizado de acordo com os parâmetros da Prova Brasil. As aulas digitais devem ter níveis diferentes de complexidade, de modo que cada escola ou rede organize seu próprio currículo. A plataforma deve contar ainda com um sistema de avaliação que monitore o que o aluno já aprendeu e o direcione para um exercício ou conteúdo específico.

Em evento, na semana passada, em São Paulo, especialistas discutiram e conheceram propostas de inovação na Educação, modelos de ensino inovadores dos EUA.

Criados de forma a atender as diferenças individuais dos educandos, um dos maiores desafios dos docentes e gestores na atualidade. “Na sala de aula, cada um é diferente e aprende de forma diferente”, a afirmação é de Joel Rose, cofundador e diretor executivo da New Classrooms Innovation Partners.

Vários são os conceitos "IMPORTADOS", testados e bem sucedidos, que prometem transformar o ensino, conheça alguns:

Personalização – Entender as necessidades de cada estudante é o diferencial da School of One, uma plataforma criada para escolas de Nova York por Rose e Christopher Rush e que tem a tecnologia como principal aliada para a tarefa. Baseado em uma avaliação feita no início do ano, o sistema elabora um mapa de habilidades e plano de estudos individual. Mas, para isso, utiliza experiências de outros alunos. Um enorme repositório de lições está disponível e o banco de dados prevê que tipo de atividade é mais adequado ao perfil de cada um. “A melhor maneira de aprender pode ser com aulas online, em grupos ou estudando sozinho. O nosso algorítimo usa as experiências já aplicadas para identificar isso”, explicou Rose. Uma receita parecida é usada no grupo de escolas Summit, na Califórnia , na qual os estudantes também passam por uma avaliação no início do ensino médio, para elaborar um plano de estudos de acordo com seus objetivos de carreira. A tecnologia, novamente, é usada para avaliar em todos os momentos o que cada aluno já aprendeu e se já está pronto para aprender mais. “Cada um segue no seu ritmo”, contou a diretora executiva da rede, Dianne Tavenner.

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Salas de escolas orientadas pela New Classrooms proporcionam que cada um aprenda do seu jeito


Observação: Modelo bastante parecido com a Escola da Ponte, em Portugal.
Plataforma adaptativa – Para proporcionar o ensino personalizado, existem plataformas tecnológicas de ensino online que ajudam a elaborar e entregar os conteúdos necessários para os diferentes tipos de alunos. José Ferreira, fundador da Knewton, ferramenta que fornece lições de matemática, diz que o volume gigante de informações – maior que o do Facebook – que sua base de dados oferece revoluciona o ensino. A plataforma mostra ao professor com agilidade o que os estudantes aprendem, quando erram, no que tem dificuldades e como aprendem e ajuda a elaborar aulas.
Ensino híbrido – A sala de aula já não tem mais um professor falando em frente ao quadro negro e alunos sentados em carteiras organizadas em fileiras iguais nas oito escolas públicas gerenciadas pela ONG New Classrooms, de Joel Rose. Para que cada um possa aprender do seu jeito, também é realizada uma mudança física e os alunos sentam nas mais variadas formas: sozinhos, em grupos pequenos ou grandes, em frente a computadores ou usando material impresso. No espaço reorganizado, fazem atividades distintas, algumas online e outras, não. Para que esse modelo híbrido funcione, o papel do professor também muda para o de mentor. Segundo Tavenner, das escolas Summit, os docentes acompanham as atividades realizadas em um espaço grande, sem paredes, e orientam os alunos de várias formas: resolvendo dúvidas, questionando, provocando debates, orientando atividades e projetos.
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Na escola Quest to Learn, em Nova York, alunos aprendem jogando
Engajamento – O interesse das crianças é o ponto de partida para o aprendizado na escola de ensino fundamental Quest to Learn, em Nova York. Apoiada pelo Instituto of Play, um estúdio de design sem fins lucrativos liderado por Brian Waniewski, a escola constrói o engajamento dos alunos por meio de jogos. Segundo Waniwski, a lógica dos videogames é apropriada para o aprendizado porque proporciona um ambiente com regras, nas quais há etapas a serem vencidas, mas que tolera erros. E mais: oferece feedback constante. Para usar esses elementos, o Instituto of Play tem profissionais especializados em criar jogos educativos que dão suporte aos professores e incentiva também os alunos a inventarem os seus próprios. Outra forma de promover o engajamento é conectar o ensino com a realidade. Essa é a aposta de Melissa Agudelo, reitora de admissões do grupo de 11 escolas High Tech High, de São Diego. “Os alunos precisam ver sentido no que aprendem”, diz. Nas escolas, há muitas atividades práticas, os alunos saem da sala de aula e têm experiências na comunidade e precisam resolver problemas reais.
Observações: Um dos projetos mais bem elaborados e que realmente dão resultado é o Mente Inovadora, da Mind Lab, conheça, vale a pena!

Educação por projetos – O fim da grade de disciplinas separadas é uma das experiências das escolas High Tech High para tornar o aprendizado mais relevante aos alunos. Segundo Agudelo, os estudantes não são divididos por série, nível de habilidade e aprendem vários conteúdos integrados. Para isso, os professores estimulam alunos a desenvolverem projetos, solucionar problemas, nos quais precisam usar vários tipos de conhecimento. Nesse caso, professores de áreas diferentes se envolvem com os mesmos projetos.

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